Dermatomiosite
A dermatomiosite é uma doença muscular adquirida rara que é acompanhada por lesões de pele. É uma das doenças de um grupo de doenças musculares chamadas de miopatias inflamatórias.
Sintomas
A doença pode evidenciar-se de várias formas, algumas vezes subitamente, com sinais e sintomas, tais como febre elevada, debilidade muscular e dores nas articulações; noutros casos, pode surgir de forma pouco notória, com problemas pouco específicos, tais como cansaço e debilidade, que se vão evidenciando de forma progressiva à medida que as alterações próprias da doença se vão desenvolvendo.
As manifestações mais comuns, normalmente as principais, correspondem aos problemas musculares, nos quais costumam ser atacados vários grupos musculares concretos, primeiro os da pélvis e da coxa e, depois, os dos ombros e dos braços. Os músculos afectados encontram-se débeis e dolorosos, provocando uma incapacidade funcional que, em casos mais graves, chega a impedir a realização das actividades habituais. Muitas vezes, o problema é acompanhado de dores e inflamação das articulações dos membros, sobretudo das mãos, pulsos e joelhos, o que dificulta bastante a realização de movimentos.
As manifestações cutâneas, nem sempre presentes, correspondem a uma tumefacção da pele, que em alguns sectores pode adoptar uma coloração vermelha ou violeta, enquanto que noutros tem tendência para descamar. Embora as lesões eruptivas, na maioria dos casos, apenas afectem o rosto, nomeadamente ao nível das pálpebras e à volta dos olhos, por vezes, também se manifestam no pescoço, no tronco, nos braços e nas pernas. Por vezes, a doença provoca uma típica erupção cutânea dos cotovelos, joelhos e tornozelos.
Os órgãos internos também costumam ser afectados nas fases mais avançadas da doença. A complicação mais habitual é a perturbação da musculatura da faringe e do esófago, o que dificulta bastante a deglutição. Caso o tubo digestivo seja afectado, provoca dores abdominais e vómitos. Nos casos graves, são igualmente afectados alguns órgãos, tais como o coração, os rins e os pulmões, com diversas alterações na sua funcionalidade.
Diagnóstico
O estabelecimento do diagnóstico da dermatomiosite, numa fase inicial, é difícil de fazer, na medida em que existem muitas patologias com sinais e sintomas gerais muito semelhantes, no entanto, a realização de um exame clínico, a detecção de elevados níveis de enzimas no sangue, que demonstrem a lesão do tecido muscular, e os resultados de exames específicos, como a electromiografia ou a biopsia muscular, costumam ser suficientes para confirmar o diagnóstico da doença. De qualquer forma, como a dermatomiosite tende a estar relacionada com a existência de um cancro, deve ser feita uma investigação adequada a cada caso concreto, com a realização dos exames auxiliares de diagnóstico mais indicados.
Tratamento
Não existe um tratamento específico eficaz para curar a doença, mas existem vários recursos terapêuticos, como é o caso dos potentes anti-inflamatórios e dos corticóides, normalmente em doses elevadas e durante períodos prolongados, bem como dos imunossupressores, que combatem a actividade anómala do sistema imunitário responsável pela doença, diminuindo as dores e, muitas vezes, travando a sua progressão. É preciso salientar que este tratamento complexo, devido ao facto de os medicamentos utilizados terem inúmeros efeitos adversos, embora consiga controlar a manifestação dos sinais e sintomas numa elevada percentagem
dos casos, não consegue a cura total da doença, nem evita o desenvolvimento de sequelas. A fisioterapia, nomeadamente através da realização regular de exercícios programados pelo especialista consoante os diferentes casos, é muito importante para a prevenção de sequelas permanentes, como as retracções musculares e a rigidez articular.
Por outro lado, quando a dermatomiosite está relacionada com a existência de um cancro, o oportuno e adequado tratamento do mesmo, através de cirurgia, de quimioterapia e de radioterapia, propicia o desaparecimento dos sinais e sintomas.
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